Rumo ao "Sul de Minas”
Estimados Amigos, esta viagem aconteceu entre os dias 2 e 07 de junho de 2021.
O Início
A história começou em MAIO de 2020, quando
alguns integrantes do Moto Grupo Amigos da Viúva, juntamente com
membros de outros grupos, demonstraram interesse em fazer o trajeto realizado
de carro por eu, Diglielmo, e minha família em julho de 2019, quando percorremos o Uruguai,
Argentina e parte do Paraguai, retornando após quase um mês de viagem.
A partir daí começaram as tratativas
acerca da expedição que nos levaria à terra dos nossos “hermanos”. Para tanto,
foram então realizados alguns encontros para definirmos o planejamento da rota,
pontos prováveis de pernoite, os custos com deslocamentos, a documentação
necessária para ingressar nos países visitados, além da necessidade de cambiar
nosso rico Real com a moeda local.
Nossa maior dificuldade nesse ponto
do planejamento estava em adequar nosso tempo disponível para a viagem, com as
distâncias a serem percorridas, considerando a necessidade de permanência nos locais
visitados, buscando sempre “turistar” ao máximo as riquezas da cultura visitada.
O grupo começou com 20 entusiastas, mas naturalmente esse número foi sendo reduzido, à medida que as datas eram definidas e também por motivos de força maior de alguns membros, ainda sim, tudo corria de acordo com o planejamento, não fosse a Pandemia, que já perdurava há meses e começava a minar nosso plano.
As fronteiras com a Argentina permaneciam fechadas e a indefinição das políticas de cada Estado pioravam as expectativas.
Antes mesmo de começar, nossa expedição chegava ao fim!
SQN! Eu ainda tinha um plano, se não
era mais viável ir rumo ao sul da América, por que não partir Rumo ao Sul “de
Minas”?
Lá na divisa de Minas Gerais com São Paulo, as paisagens são deslumbrantes e a Serra da Mantiqueira é um show à parte. Nossos “Alpes” brasileiros nos fazem sentir como se estivéssemos do outro lado do Pacífico.
Já com o rumo definido, convidei meu amigo de longa
jornada, Gleydson e sua inseparável companheira de aventura, Kellen para comporem
comigo e minha amada Mari, a equipe desbravadora de Monte Verde, cidade mineira
apelidada de Suíça Brasileira, incrustada na Serra da Mantiqueira nos altos de
seus 1.555 metros de altitude.
Tudo acertado, hospedagem definida,
trajeto traçado, fomos agraciados com a presença da Família Carlos e Cássia e
do casal Karlos com “K” e Cecília, que decidiram nos acompanhar de carro, nessa
aventura.
Os Expedicionários
BMW R1200GS ano 2007 (17 Km/L) com 54.500km conduzida
por Diglielmo (45), acompanhado de Mari (para mim 18), moradores de
Brasília-DF.
BMW R1200GS ADVENTURE ano 2009, (17 Km/L) com 89.000km,
conduzida por Gleydson (44), acompanhado de Kellen (para ele 18), moradores de
Brasília-DF.
Mercedes Benz C180, ano 2011 (13 Km/L) com 101.000Km conduzida por Carlos,
acompanhado de Cássia (à esquerda) e na carona Karlos com “K” e Cecília,
moradores de Brasília-DF, que foi nossa equipe de apoio.
A Expedição
Dia 01 - 2 JUN 21 –
quarta-feira
Brasília/DF a Campo Belo/MG – 777 Km
A saída ficou acertada para as 07:00
em frente ao Clube da Ordem dos Advogados do Brasil, na Ponte JK/DF.
A Cecília não saiu na foto porque
estava sem café da manhã e acionou o “modo avião” dentro do carro.
Conforme previsto, uma rápida parada
no local combinado para a foto, instruções de última hora e oração para que
tudo corra conforme a vontade Dele!
Seguimos com destino a nossa primeira pernada em Unaí-MG, no posto Novo Horizonte, onde esticamos as canelas, esvaziamos a bexiga, enchemos o tanque e reforçamos as energias com castanhas, rapadura e água.
Após o rápido descanso seguimos com destino a Casa de Concessa, na Saída de Paracatu-MG, onde antecipamos o almoço evitando o risco de ficarmos sem comida mais à frente.
Depois do descanso nos dirigimos ao rumo de João Pinheiro/MG, onde descemos no sentido de Presidente Olegário-MG. Parada para abastecimento e lanche. Partimos em seguida, com destino à Patos-MG e Carmo do Paranaíba-MG, onde desfrutamos na estrada de uma vista impressionante do Vale do Paranaíba.
De lá fomos para Bambuí-MG,
realizando uma parada técnica, seguindo para Formiga-MG, onde estava previsto uma
parada mais demorada, afinal o dia estava se acabando.
Em formiga definimos que o pernoite
seria em Campo Belo, onde fizemos contato com o Cambraia Hotel, só não
contávamos que a tarde acabaria antes do esperado e o sol se esconderia às
17:30, nos brindando ainda com um chuvisco que serviu apenas para deixar o
asfalto ensaboado, o que nos fez reduzir a marcha, chegando por volta das 18:30
no hotel.
A hospedagem ficou em R$ 95,00 por
pessoa e as instalações do hotel estavam perfeitas, pois este havia sido
inaugurado fazia pouco mais de um mês.
Após nossa instalação fomos pegos
pelos decretos pós-pandemia. Em Campo Belo, após as 18:00 o comércio é fechado
e tivemos que recorrer a marmitas de um restaurante e no “mercado negro”
conseguimos algumas "brejas" para tomarmos juntos, em um dos quartos do hotel,
porque estava proibida também a venda de bebida alcoólica a partir das 18h00.
É incrível a capacidade de alguns
chefes do executivo local de imporem suas vontades em detrimento dos outros.
Passados esses imbróglios, já relaxados pelo efeito do “chá verde” nos
recolhemos e fomos descansar.
Dia 2 - 3 JUN 20 – quinta-feira
Campo Belo/MG a Monte Verde/MG – 303 Km
Após o café da manhã, conferência das
bagagens e acerto das despesas, partimos às 08:00 em direção ao destino final
Monte Verde/MG.
Seguimos na rodovia Fernão Dias, sendo
recebidos por uma densa neblina que aguçou nossos sentidos.
E nessa toada paramos apenas duas vezes para alongar o esqueleto, chegando em Monte Verde/MG por volta das 13:30, onde estava montada uma barreira sanitária na entrada da cidade, identificando os turistas cadastrados e os que não estavam com hospedagem definida.
Hospedamo-nos numa casa alugada por
03 dias pelo Airbnb. A diária ficou em R$ 108,00 por pessoa.
Foram três dias de muita diversão,
regadas a vinhos, queijos, embutidos e cerveja. As conversas reforçavam a
diversão que incluía caminhadas e trilhas.
Pudemos observar um esplêndido pôr do sol, parecia um quadro pintado à mão.
Conhecemos uma incrível loja de
embutidos, vinhos e doces, chamada MANDUCA, o atendimento é irrepreensível, as
degustações são realizadas com muita fartura e alegria, tendo o lugar uma
beleza ímpar, recomendamos a visita.
Encerramos nossa visita à cidade de
Monte Verde- MG no dia 06JUN21 e iniciamos o trecho da volta.
Dia 3 – 6 JUN 21 - domingo
Monte Verde/MG a Patos de Minas/MG – 637 km
Após nosso café da manhã colocamos as
bagagens nas motos, vestimos nossos coletes e nos despedimos da casa que reuniu
grandes e inseparáveis amigos. Estava na hora de descer a serra e queimar chão
rumo à nossa casa, afinal, os filhotes estavam ficando com muitas saudades.
O retorno começou às 08:00 com a
descida da Serra com variadas curvas e paisagens que encantavam, chegando
finalmente a Rodovia Fernão Dias onde ficaríamos boa parte da viagem.
Parada para descanso na Fernão Dias,
com um reforço no café da manhã por volta das 10:00, onde abastecemos as motos
e seguimos para Formiga-MG, nossa previsão de almoço.
Todos alimentados, a Parada agora seria apenas em São Gotardo-MG, para abastecimento e hidratação.
De lá, o destino final do dia era a cidade de Patos de Minas-MG, onde chegamos no fim da tarde, sendo minha moto contemplada com um furo no pneu traseiro, tão grande que cabia um dedo. Fizemos um remendo na garagem do hotel, utilizando dois macarrões para fechar o rombo.
Hospedamo-nos no Hotel IBIS, que custou R$85,00
por pessoa com café da manhã, este bem ralinho e sem muitas opções de
acompanhamento, inclusive, foi uma frustração tomar um café da manhã em Minas
Gerais sem ter pão de queijo, um ultraje!!!
À noite saímos para jantar num
restaurante em frente ao Hotel IBIS, que oferece 10% de desconto aos hóspedes
deste e lá foi onde matamos nossa sede de malte, lúpulo e cevada, acompanhada
de pizza de sabor incrível.
Era chegada a hora de ir para o berço, ainda
restava uma pernada para o dia seguinte.
Dia 4 – 7 JUN 21 – segunda feira
Patos de Minas/MG a Brasília/DF - 436 Km
Depois de uma boa noite de sono, com
um café sem pão de queijo, demos início ao trajeto final da viagem. Neste
último trecho nos despedimos antecipadamente da equipe de apoio, pois o Carlos
e o Karlos com “K” teriam que estar no trabalho às 14:00. Nossos companheiros
partiram duas horas antes de nós.
Parada técnica em Paracatu, para reforçar o remendo feito no dia anterior, que insistia em sair do pneu pelo furo ocorrido em Patos de Minas, isso mesmo, a cidade do café da manhã sem pão de queijo.
Paramos numa pequena borracharia logo após o pedágio de Paracatu,
trocamos o remendo por outro maior, mas seria necessária a realização de uma
vulcanização como solução definitiva.
Após o reforço no remendo seguimos
com destino a Cristalina/GO, onde foi realizada a vulcanização.
Aproveitamos a parada técnica para
almoçarmos em grande estilo.
Moto em condições, a última pernada nos levaria para casa. Nestes poucos quilômetros faltantes, o pensamento voava nas lembranças dos momentos de descontração ao lado dos amigos, de contemplação de paisagens desconhecidas e principalmente das muitas horas montados em nossos cavalos de aço.
Foram momentos marcantes de um Brasil cheio de beleza, que
espera por aventureiros dispostos a conhecê-lo.
Chegamos às 14:00 em São Sebastião,
onde o Gleydson e Kellen seguiram em direção oposta, rumo à Sobradinho/DF. Ali
nos despedimos com a sensação de que a próxima viagem está por vir!!!
De tudo dito e escrito, restaram
algumas considerações:
1. O planejamento
prévio faz toda a diferença e nos poupa de dores de cabeça com contratempos;
2. Em viagens por
estradas sinuosas, como essa, não se deve planejar mais que 500 km/dia, sendo
este limite até certo ponto exagerado.
3. Mesmo que não haja
previsão, deixe sempre suas capas de chuva em condições;
4. É importante
verificar a previsão do pôr-do-sol, pois moto e viagem noturna não combinam;
5. Evite sair muito
cedo em rodovias com muita vegetação, o asfalto mais quente, atrai animais
silvestres e aumentam o risco para motos;
6. A viagem começa na
saída de casa, o destino final é apenas a desculpa, o real motivo é o caminho;
7. Invista em
equipamentos que aumentem a segurança e o conforto na viagem;
8. Por fim, repetindo
a pergunta feita pelo nosso amigo e Fundador do grupo: faria de novo?
É claro que sim!
Nosso agradecimento aos amigos Gleydson, Kellen, Carlos, Cássia, Karlos
com “K” e Cecília que se dispuseram em nos acompanhar em mais essa aventura,
com alegria, companheirismo, descontração, coragem e sede....e que sede!!!
Agradecimento justo também aos familiares, filhos e amigos que ficaram
em casa, com pensamentos elevados, emanando bons fluidos e energias positivas
para que tudo corresse conforme planejado, sonhado e realizado.
MUITO OBRIGADO!
Parabéns aos expedicionários. Que venham outras oportunidades de estarem juntos e aproveitando a vida, enquanto ainda tem saúde e disposição!
ResponderExcluirFenomenal!!!!
ResponderExcluirMuito top s viagem longa estrada e bons ventos a todos.
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